terça-feira, 5 de junho de 2012

sobre não ser a garota de ninguém.

eu tenho pelo menos umas 20 coisas mais importantes pra me preocupar.
eu tenho emails pra conferir e pra responder
eu tenho uma vida inteira pra resolver
amanhã eu preciso lavar o meu cabelo
mas eu estou aqui pensando em alguma forma de superar isso.
que sobrou. que você esqueceu e que ficou guardado aqui e não dá pra queimar como eu fiz com as outras coisas.
um dia ainda vou conseguir dar um nome pra isso.
que não é amor,
que não é saudade,
que o mais próximo que eu consigo chegar é dizer que é um grande "saco de vazio", como todos aqueles textos que você detestava.
eu ainda tenho colapsos nervosos.
eu ainda tenho frio psicológico.
eu ainda escrevo na esperança de que algum dia você leia.
eu ainda me pergunto se por algum segundo no seu dia você pensa em mim.
eu não consigo ser forte o tempo todo e hoje eu desabei.
minha garganta ainda dói como se tivesse inflamada o tempo todo.
eu já voltei a olhar pros lados pra atravessar a rua e já voltei a me importar com a chuva
mas eu ainda me pergunto se por algum segundo no seu dia você pensa em mim.
e sei que trocar a cor ou o corte do meu cabelo não faz a menor diferença
porque eu ainda tremo quando vejo cabeludos passando por mim na rua.
ainda tem músicas que eu não consigo ouvir,
não que adiante ouvir músicas novas, agora todas elas fazem sentido.
eu aprendi com a Sarah Kane a "não guardar souvenirs de assassinatos", mas aquele seu moletom que um dia foi preto e hoje está tão desbotado que não dá nem pra chamar de cinza ainda está no meu armário.
foi a única coisa que sobrou de você.
e eu queria que você se importasse.







sábado, 2 de junho de 2012

eu tenho pensado muito em você.
dias atras eu passei pelas ruas da minha antiga casa, e cada pedacinho daquelas quadras me lembrou você.
me lembrou as vezes que você me deixou voltar sozinha da aula pra casa.
me lembrou das vezes que você me deixou dormir sozinha e de quando eu ficava te esperando chegar do trabalho de madrugada.
me lembrou de todas as coisas que eu poderia ter feito e não fiz, pra não te magoar.
me lembrou das coisas que fiz sem pensar se te magoaria ou não.
das coisas que fiz única e exclusivamente pra você.
e das  coisas que não fiz por medo de te perder.
o único problema de tudo isso, é que eu continuo pensando em cada momento que eu passei com você.
todos os malditos dias. nas manhãs frias e nas noites com os amigos. eu penso em você em cada maldito segundo até sem me dar conta.
esses dias eu vi um filme com o Michael Cera e percebi que ele me lembra muito você na época em que a gente se conheceu. e era um filme sobre amor. mas ele, ao contrário de você, não se tornou um babaca ao longo do filme.
agora é aquele momento que você ia dizer "tangerine, sua idiota, sua vida não é um filme, pare de ser infantil".
o problema não é  vida não ser um filme, meu amor... o problema é eu querer você do jeito que você era quando a gente se conheceu.
e talvez seja exatamente nisso que eu tenho pensado todos esses dias.


sábado, 5 de maio de 2012

quinta-feira, 26 de abril de 2012

meu encontro com josé mojica marins

ontem eu conheci o zé do caixão.
e não tem nada mais você do que o zé do caixão...
[talvez bukowski, mas não vem ao caso]
e você não estava ao meu lado pra conhecer aquela figura incrível que o mojica é...
(o biscaia tá fazendo uma homenagem ao zé do caixão... será que você tá sabendo?
olha quanta coisa você tá perdendo!
se você soubesse o quanto isso me dói...)
eu vi a peça do lado dele, com o braço dele encostando no meu e pensei em você em todos os minutos.
[mas quem me dava a mão, e eventualmente um cafuné, era outra pessoa]
no final da peça ele falou, e foi uma experiência linda ver aquela figura falando a 2 passos de mim, e eu queria que você tivesse ali, ouvindo, experienciando tudo aquilo.
eu acompanhei tudo vidrada, sorrindo, até me dar conta que aquilo não era meu. eu tava ali por você, pra você saber que isso aconteceu de alguma forma.
no final da peça pedi pra ele escrever uma maldição, mas ele é supersticioso e disse que não faz essas coisas, aí me escreveu uma não-maldição.
mas isso eu não vou te mandar pelo correio

segunda-feira, 16 de abril de 2012

desnecessário.

as vezes eu queria te contar de como estou melhor sem você.
de como tem muita coisa dando certo pra mim.
dizer que apesar de tudo eu não parei. muito pelo contrario, parece que no fim toda a merda foi mais produtiva pra mim do que pra você.
não, eu não estou bem como você diz estar... mas eu to viajando, conhecendo o mundo, adaptando planos que eram nossos (sim, tenho que concordar que eram muito mais meus) e vendo coisas incríveis. alias, você perdeu umas das coisas mais fantásticas que você poderia ter visto em toda a sua vida.
nem que você viva 100 anos vai conseguir ver algo parecido com aquele show...
eu queria te contar coisas do tipo estou tendo aula com um cara chamado Demian, que eu modelei pra um cara que tira algumas das fotos mais lindas que eu já vi na vida, que eu conheci bandas novas mas meu despertador ainda toca led zeppelin, que eu fiz mais tatuagens, recoloquei meu piercing mas ele expeliu e que eu aprendi a fazer nachos de um jeito muito mais gostoso.
mas acho que não faz mais diferença, né?

terça-feira, 10 de abril de 2012

repetição.

as músicas ainda são as mesmas.
(aquelas que você não teve coragem de ouvir ao vivo)
as palavras também se repetem.
(todo aquele monte de vazio sem sentido que não te toca)
a dor deu lugar pra um sentimento sem nome, mas tão intenso que traz aquela mesma sensação de não conseguir respirar.

e eu perco o controle.
de novo.
e de novo.
e de novo.